DEBATE SOBRE O FUTURO DA RELAÇÃO COMERCIAL BRASIL E CHINA



DEBATE SOBRE O FUTURO DA RELAÇÃO COMERCIAL BRASIL E CHINA

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) organizou nesta terça-feira, dia 16 de maio, em Xangai (China), o seminário Brasil-China Agri-Food Cooperation. O encontro, que faz parte da programação oficial da Apex-Brasil na SIAL China, maior feira de alimentos e bebidas do país, reuniu cerca de 120 empresários brasileiros e chineses para debater oportunidades de negócios e de investimentos no agronegócio brasileiro.

Para o embaixador brasileiro na China, Marcos Caramuru, o Brasil deve aproveitar sua posição de líder na exportação de diversos produtos agrícolas – como açúcar, café, carne e suco de laranja, por exemplo – para reforçar sua posição de principal provedor da China. “O Brasil tem uma situação privilegiada para prover o mundo de alimentos de boa qualidade, o que será uma demanda cada vez maior. Temos um espaço bastante expressivo no mercado chinês e isso só tende a aumentar”, afirmou Caramuru.

Ainda sobre o tema da segurança alimentar, Caramuru destacou que o Brasil é detentor do maior superávit de alimentos do mundo e o único país capaz de aumentar a produção sem destruir área verde. “Temos plenas condições de ampliar nossa área plantada preservando o meio ambiente em virtude de rigorosas leis ambientais”, afirmou destacando que a área que agricultores preservam em suas fazendas é equivalente a França e a Noruega.

Ao longo da apresentação, o embaixador brasileiro destacou o crescente número de empresas estrangeiras ingressando no mercado brasileiro, “o que reforça que o Brasil é uma economia aberta. Nossa economia é resultado de uma combinação entre empresas brasileiras e investimentos estrangeiros. O Brasil está habituado a receber vultuosos volumes de Investimento Estrangeiro Direto (IED)”.

Por fim, Caramuru destacou a cooperação e o diálogo que existe entre representantes dos dois governos, em especial no que diz respeito a autoridades sanitárias. “O resultado desta interlocução próxima é que a China foi o primeiro país a voltar a comercializar a carne brasileira após as denúncias da operação carne fraca. Esse diálogo é uma garantia para quem está no mercado de que se houver algum problema, vamos trabalhar para resolver de forma célere”.

Após a apresentação do embaixador Caramuru, dois representantes do Rabobank fizeram uma avalição do cenário para dois dos principais complexos exportados pelo Brasil para o mercado chinês nos próximos anos. A analista industrial sênior Chenjun Pan falou sobre os desafios e as oportunidades para o setor de proteína animal. Já o analista de grãos e óleos, Lief Chiang, trouxe dados sobre soja.

Em seguida, representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) fizeram rápidas apresentações sobre os números das associações.

Por fim, o vice-presidente do Grupo Shangai Pengxin, Ge Junjie, falou da sua experiência em fazer negócio no Brasil e destacou que o seminário é uma ótima oportunidade para conhecer mais de perto e buscar novos investimentos no Brasil.

Junjie destacou a importância e a complementariedade que existe entre as economias. “A China precisa do Brasil, e o Brasil precisa ainda mais do mercado chinês. O mercado de carne, por exemplo, ainda tem muito espaço para crescer. Precisa que as empresas trabalhem mais o mercado chinês”, avaliou.

O empresário também destacou a necessidade de se construir uma integração entre as economias, em especial na construção de cadeias de valor entre os dois países. “Precisamos de mecanismos que ofereçam às empresas dos dois países possibilidade de conhecer mais a fundo os mercados. Está claro que há uma complementariedade econômica e comercial entre os dois países”, encerrou.