EMPRESAS DE ALIMENTOS E BEBIDAS NEGOCIAM US$ 2,54 BILHÕES NA MAIOR FEIRA MUNDIAL DO SETOR



EMPRESAS DE ALIMENTOS E BEBIDAS NEGOCIAM US$ 2,54 BILHÕES NA MAIOR FEIRA MUNDIAL DO SETOR

As 99 empresas brasileiras que expuseram seus produtos em Anuga, a maior feira de alimentos e bebidas do mundo, realizada de 7 a 11 de outubro, em Colônia, na Alemanha, fizeram 12,3 mil contatos comerciais durante o evento, sendo 5,8 mil de novos clientes. O resultado foram US$ 420 milhões em negócios durante o evento e uma estimativa de US$ 2,12 bilhões para os doze meses seguintes, somando US$ 2,54 bilhões em novas vendas para o setor.

A participação brasileira na feira foi organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e ocupou um espaço de 2 mil m², dividido em quatro pavilhões.

“Participar de uma feira como essa, que reúne importadores e distribuidores não só da Europa, mas de todo o mundo, é uma excelente oportunidade de apresentarmos a diversidade, qualidade, inovação e sustentabilidade presentes na indústria brasileira de alimentos e bebidas. A presença no evento permitiu às companhias desenvolver negócios e acessar novos mercados”, afirma Roberto Jaguaribe, presidente da Apex-Brasil.

As empresas participantes representaram 19 segmentos da produção brasileira de alimentos e bebidas industrializadas e foram selecionadas por critérios que indicam sua maturidade no mercado internacional e sua capacidade técnica para participar e fazer negócios em um evento que atrai compradores profissionais do mundo inteiro.

A feira recebe cerca de 7,2 mil expositores de 100 países e 160 mil compradores, sendo 31% da Alemanha e o restante de 192 países. A área de exposição, no centro de convenções Koelnmesse, ocupa 300 mil m².

A Apex-Brasil apoia a participação brasileira na Anuga desde 2003 e tem aumentado sua participação ano a ano. Em 2003, a participação brasileira ocupou uma área de 924m² com a presença de 68 empresas. Em relação à edição de 2017, houve um aumento de 47% no número de empresas e de 118% na área ocupada pelo país. 

Imagem e bons negócios
A presença na feira foi uma oportunidade para reforçar os atributos de diversidade e da sustentabilidade do setor de alimentos e bebidas brasileiro. Para isso, a Apex-Brasil promoveu cooking shows, degustações e uma exposição que mesclou arte com gastronomia no pavilhão nacional.

Inspirada pelo movimento concretista, a artista plástica Simone Mattar instalou no pavilhão um cubo tridimensional e uma parede com elementos gráficos comestíveis, feitos com chocolate brasileiro. Preparado especialmente para a exposição, o chocolate foi recheado com frutas e ingredientes típicos do Brasil, como goiabada com queijo da serra do Salitre, cachaça de Jambu, café Jacu Bird, cupuaçu e outros sabores e despertou a atenção do público da feira.

Um produto ainda muito pouco conhecido no exterior, mas que demonstrou ter enorme potencial foi a tapioca. A empresa Bhars levou para Anuga a goma de tapioca hidratada, pronta para consumo, e fez demonstrações de preparo durante os cooking shows. O público se impressionou com as qualidades do produto, que é glúten free e pode ser recheado com uma enorme variedade de combinações.

“Tivemos conversas e oportunidades muito relevantes aqui em Anuga. Representantes das redes varejistas europeias Sainbury’s e El Corte Inglês, por exemplo, conversaram conosco e levaram amostras do produto. Agora vamos dar seguimento às conversas. Falamos também com possíveis compradores e distribuidores da Alemanha e Itália. Como já temos o produto estocado em Portugal, acreditamos que as negociações devem evoluir bem”, conta Carla Pavolak, diretora de marketing da Bahrs.

A fabricante de sucos Natural One, que trouxe para a feira linhas de sucos 100% naturais, bebidas à base de vegetais, chás e coquetéis, também comemorou os bons resultados. “A feira é muito boa porque reúne compradores de praticamente todos os continentes. Fizemos novos contatos com compradores e distribuidores do Oriente Médio e da Ásia e fechamos negócios com compradores do Japão e de Singapura”, relata Thomaz Weitbrecht, sócio-fundador da empresa.

As barrinhas da Hart’s Natural também fizeram muito sucesso. A companhia oferece barrinhas naturais e orgânicas, feitas a base de castanhas, frutas, cereais e proteínas vegetais. Um dos destaques é a linha Vegana, composta por vários sabores de uma barra de 20 gramas de proteína, totalmente vegana. “Confirmamos na feira que estamos alinhados com a tendência mais inovadora e recente do segmento de alimentos e bebidas, apresentada inclusive nas palestras e apresentações feitas aqui em Anuga, que é a de ‘plant-based’, ou seja, produtos feitos a partir de vegetais. Tivemos um retorno muito positivo dos compradores em relação ao nosso produto, embalagem e marca”,  comemora Raquel Hartmann, uma das fundadoras da empresa.

Para a Vapza, empresa que oferece alimentos pré-cozidos embalados a vácuo, a feira também foi muito produtiva. “Tivemos ótimas conversas com clientes que já atendemos e que comparecem à feira para ampliar os negócios. Fizemos um novo contato na Argentina, para onde ainda não exportamos. Também atendemos um distribuidor dos Estados Unidos, que poderá nos colocar em um nicho de mercado onde ainda não estamos presentes”, conta Maria Helena Yamaguchi, diretora de comércio exterior da empresa. 

Missão prospectiva CNI
A Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios – Rede CIN, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizou uma missão prospectiva à feira Anuga com a participação de 47 empresas, além de sindicatos e entidades.

A ação faz parte do convênio de cooperação entre CNI e Apex-Brasil, e tem o apoio do Sebrae e Senai e tem como objetivo impulsionar a internacionalização do setor, promover negócios e fortalecer a competitividade das empresas.